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Após ler diversas análises, antes, durante e depois da COP 28, acompanhar webinares, eventos da própria COP à distância e análises posteriores, acreditando que, finalmente, algumas decisões há muito adiadas poderiam ser melhor direcionadas, dada a emergência climática que vivemos, pouco resultado prático foi alcançado.
Há excelentes análises disponíveis, nacionais e internacionais e, por isso, não irei me atrever a descrever os parcos resultados novamente. O artigo do Prof. Guarany Osório no Valor Econômico de hoje é um ótimo exemplo.
Fato é que, mesmo as tímidas decisões ainda dependem de maior detalhamento para sua execução como o fundo de perdas e danos, há muito esperado.
O termo inédito que consta do relatório final “transitioning away” utilizado para descrever o distanciamento gradual dos combustíveis fósseis carecem de metas necessárias para manter a temperatura em 1,5oC, estabelecida pelo Acordo de Paris.
Das palestras da COP 28 que pude acompanhar, a grande maioria falava no verbo “precisamos”, “faremos”, como algo ainda a ser realizado, planejado, mas não certo que será executado a tempo.
Continuamos dependendo de esforços esparsos, de alguns países mais empenhados, de cidades mais conscientes, de empresas e agentes do mercado financeiro comprometidos com a agenda e de cidadãos que se importam com as futuras gerações. Ainda é um contingente que cresce a cada ano, mas ainda bem menor que a grande maioria. O consciente coletivo talvez surja quando a tragédia for mais iminente.
Cada vez mais nos aproximamos do cenário apresentado na série “Extrapolations”, que inicia em 2037, com excelentes atuações e produzida com dados científicos, a qual mostra como será o mundo que não mudou a tempo, cujos hábitos e status quo foram mais fortes que a visão de um futuro em um planeta habitável. O último episódio da série termina em 2070, no qual um CEO é julgado contra crimes contra o planeta, mas talvez já seja tarde demais.